domingo, 14 de fevereiro de 2010

Fogo

Arde-lhe a alma, o inferno chegou mais cedo do que antecipava.
Apagando-se nas suas próprias cinzas. Consumido por si próprio, pelo calor no seu peito, pela força que o impele. Não sabendo sequer, sem conhecimento de outra forma de se consumir sem ser esta. Para quê saber?
Depois disto as cores parecem mais mortas, depois disto a cerveja não é tão absoluta, o gin tão destrutivo e o vinho tão doce. Vai precisar de novas palavras para definir extremos.
Segue em frente apenas, para nunca voltar aquele lugar, para nunca regressar. Ou será que sim?
O tempo é um rio ou um lago?
Uma recta ou um círculo, Oroboros, Eterno Retorno, ou apenas um beco sujo pelo vómito do tempo?
Questão que a ninguém interessa, não há tempo para a explorar. Apenas direcção sem sentido, um caminhar por caminhar, para gastar alguma dessa força, sem lugar onde parar, sem uma cara amiga por entre o pó da estrada, sem alguém que lhe diga aquela palavra que ele nunca ouviu. Talvez seja isso que ele procura, a palavra que ateie um contra-fogo na sua alma.
Prepara-se impaciente para o impacto.
Mas tudo é conjunturas quando visto de fora.
Tudo é hipóteses quando se vive em teorias.

6 comentários:

angie disse...

E o Flávio volta em grande!
Já tínhamos saudades! :)

Unknown disse...

Thanks, your too kind :)

Mary disse...

Gostei das tags. lol

Unknown disse...

Alguém que goste das tags, ali sempre tão sozinhas, tão desligadas do sentido do texto!
Thank for giving love to the tags, they apreciate it.

AnCaLaGoN disse...

"Depois disto as cores parecem mais mortas"


È fodido quando te transformam num daltónico!

Unknown disse...

:) E vou acreditar que sim :)